Seja bem vinda/o, entre no MENU, verifique os títulos *** VOLTE SEMPRE ***
Seja bem vinda/o, entre no MENU, verifique os títulos *** VOLTE SEMPRE ***

Páginas

12 de junho de 2011

Os entrelaços dos semelhantes


Do ponto de vista antropológico, a ideia é semelhante. "Não existe instinto nem predestinação genética ou biológica quando escolhemos um parceiro. O que existe é uma adaptação necessária de acordo com o ambiente e a situação econômica", explica Volker Sommer

Ideia de que opostos se atraem é mito, diz terapeuta sexual

por Fernanda Calgaro, Especial para o G1 
 "Os opostos se atraem" é um ditado antigo o suficiente para parecer eterno. De acordo com especialistas, a frase famosa pode não passar de um lugar comum, ainda mais se comparada aos efeitos da similaridade e da proximidade sobre os relacionamentos.
"Tendemos a escolher quem está por perto, parecido com a gente. Achamos que é coisa do destino, que somos o 'Sr. e a Sra. Perfeitos um para o outro', quando, na verdade, estamos mais para o 'Sr. Conveniente' e a 'Sra. Ali na esquina'. Não tem nada de místico", afirma Meg Barker, terapeuta sexual e professora de psicologia da Open University, na Inglaterra.
Do ponto de vista antropológico, a ideia é semelhante. "Não existe instinto nem predestinação genética ou biológica quando escolhemos um parceiro. O que existe é uma adaptação necessária de acordo com o ambiente e a situação econômica", explica Volker Sommer, antropólogo especializado em reprodução sexual e professor da University College of London (UCL). Diante de um público de cerca de 150 pessoas, os dois especialistas participaram de um debate no Museu de História Natural, em Londres, na sexta (27), sobre por que certos relacionamentos duram e outros não.
Mesmo com os altos índices de infidelidade, separação e divórcio, além de muita gente vivendo sozinha, adoramos um romance, a ideia de um relacionamento, de uma história de amor, segundo Meg. "Há quem diga que os relacionamentos amorosos são a nova religião, que nos dão um sentido de identificação, de pertencimento. Mas é um paradoxo: queremos pertencer, mas queremos manter a nossa liberdade num relacionamento. É aí que entra o conflito."
Não à toa damos tanta importância a 'dicas' alheias, segundo a terapeuta. É só olhar as revistas, com regras para conquistar alguém, regras para manter um relacionamento, regras para o sexo perfeito. "Somos encorajados a mostrar uma imagem perfeita e colocamos uma expectativa muito grande em cima do outro também. A frustração vem quando nos damos conta de que estamos lidando com uma pessoa real, com virtudes e vícios." Ou quando há uma quebra do acordado entre as partes, ou seja, alguém pula a cerca.
A falta de comunicação e diálogo entre o casal é a principal causa do fim de um relacionamento, aponta Meg. "Quando começamos a quantificar: 'eu fiz isso tantas vezes e você não', é o indício de que não está funcionando, porque não estamos mais pensando no parceiro como uma pessoa livre que tem os seus desejos e sonhos." Sommer concorda: "São dois indivíduos com interesses que nem sempre batem. Nós fazemos compromissos e o segredo é tentar ser feliz dentro desse compromisso."
Evolução
A nossa sociedade, por uma questão cultural, determina que os nossos relacionamentos sejam monogâmicos, isto é, envolvam apenas duas pessoas. Leis, inclusive, proíbem a poligamia, quando há mais parceiros no meio da história. "Só que, apesar de defender a monogamia, a sociedade só mantém a aparência, pois ela é secretamente não monogâmica. Basta ver a quantidade de casos extraconjugais e de infidelidade", argumenta Meg.
No início da evolução dos primatas, explica, havia mais liberdade sexual. Sem estratificação, tanto as fêmeas quanto os machos se relacionavam com quem quisessem. Quando desenvolvemos o cérebro maior do que o dos nossos ancestrais, houve uma mudança de comportamento. "O cérebro representa apenas 3% do peso do nosso corpo, mas consome 20% da energia que produzimos. Isso significa que precisamos de comida de boa qualidade. As fêmeas já não davam conta de conseguir comida para manter o seu metabolismo e o do bebê e, então, passaram a depender do macho."
Para que a coisa fluísse bem, as fêmeas precisavam cooperar. "Numa sociedade de macacos, as fêmeas sincronizam o seu ciclo menstrual. Todo mundo menstrua, fica fértil e infértil simultaneamente. A competição entre os machos acaba, porque eles não correm nenhum risco de perder parceiras e, assim, podem sair juntos para buscar alimento", diz Sommer. "A comida servia de moeda de troca para obter sexo. As mulheres podiam usar a sua fertilidade para trocar sexo por carne para si e o seu bebê. E os homens estariam mais propensos a isso se tivessem a paternidade garantida."
Uma grande mudança aconteceu quando surgiu a agricultura, entre 13 mil e 15 mil anos atrás. "Os machos passaram a controlar a sexualidade e a fertilidade das fêmeas. Virou uma sociedade patriarcal. Para atrair as fêmeas, os machos mantinham uma área confortável, com alimentos. Então, era basicamente o cara rico dizendo: 'fique comigo porque tenho muitos recursos'. Ou era assim ou era na base da força. Aquele que não tivesse muitos recursos lutava com os adversários para conseguir a fêmea."
Tamanho físico
Em sociedades de macacos, o tamanho físico ajuda a definir o tipo de relacionamento. Sommer explica que uma fêmea e um macho com o mesmo tamanho têm grande predileção pela monogamia. Exemplo são os gibões, os únicos macacos monogâmicos: escolhem um(a) parceiro(a) e ficam com ele(a) até o fim. Se um macho for muito maior do que a fêmea, como os gorilas, a tendência é de poliginia (quando um macho se relaciona com mais de uma fêmea). "Se olharmos para os humanos, os machos são 20% mais altos e mais pesados que fêmea, ou seja, sem grande diferença. Você até pode querer ter mais mulheres e querer sair lutando contra os concorrentes para conseguir mais algumas. Mas não dá, você não é um gorila", brinca.
ssim como em outras espécies, a aparência física também importa para os humanos. "Quando escolhemos um parceiro, acreditamos que estamos fazendo as nossas próprias escolhas com base nos sentimentos. No entanto, estamos só preenchendo um questionário", afirma o antropólogo Sommer.
Em cartaz até o dia 2 de outubro no Museu de História Natural, a exposição "Sexual Nature" (na tradução livre, "natureza sexual") traz curiosidades sobre como os animais atraem e se relacionam com seus parceiros. O faisão e o pavão, por exemplo, abrem todo o seu penacho para cortejar as suas fêmeas. Há ainda uma espécie de lagartixa que não depende do macho para se reproduzir e leoas que podem ficar insaciáveis durante o período fértil – uma vez, uma leoa foi vista tendo 157 relações sexuais em 3 dias.
Fonte:
***QUER MONETIZAR SEU BLOG? CLIQUE AQUI

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua visita é muito importante, e seu comentário também. Ele ficará visível após publicação.

Clique aqui e escolha a sua no Site TonyGifsJavas.com.br Clique aqui e escolha a sua no Site TonyGifsJavas.com.br